A CIDADE - HISTÓRIA DE BOQUIM
BOQUIM surge na primeira metade do século XIX, a partir de uma povoação denominada Lagoa Vermelha, situada às margens do rio Piauí, fundada pelo Coronel José Batista. Esta povoação fazia parte da Freguesia de Nossa Senhora da Piedade, atual município de Lagarto (IBGE, 1956).
Em 5 de março de 1835 foi fundada uma Escola de Primeiras Letras, que veio se juntar a um Distrito de Paz, uma subdelegacia e algumas casas pertencentes aos fazendeiros que viviam nas suas imediações. No mesmo ano, através da Resolução Provincial 417, de 24 de abril, a povoação foi elevada à condição de Freguesia, sob a invocação da padroeira Senhora Santana.
Naquela época, as atividades econômicas estavam ligadas à cana-de-açúcar, havendo nas redondezas vários engenhos. Com uma população constituída por escravos e brancos.
Pela Resolução Provincial 462, de 20 de fevereiro de 1857, a freguesia de Senhora Santana de Lagoa Vermelha foi elevada à condição de Vila, desmembrando-a de Lagarto e dando-lhe a condição de município.
Em 5 de março de 1835 foi fundada uma Escola de Primeiras Letras, que veio se juntar a um Distrito de Paz, uma subdelegacia e algumas casas pertencentes aos fazendeiros que viviam nas suas imediações. No mesmo ano, através da Resolução Provincial 417, de 24 de abril, a povoação foi elevada à condição de Freguesia, sob a invocação da padroeira Senhora Santana.
Naquela época, as atividades econômicas estavam ligadas à cana-de-açúcar, havendo nas redondezas vários engenhos. Com uma população constituída por escravos e brancos.
Pela Resolução Provincial 462, de 20 de fevereiro de 1857, a freguesia de Senhora Santana de Lagoa Vermelha foi elevada à condição de Vila, desmembrando-a de Lagarto e dando-lhe a condição de município.
A denominação do lugar como Lagoa Vermelha devia-se a presença de solo de cor avermelhada e da formação de lagoa próxima ao Piauí e à povoação, após o período chuvoso. Por essa situação, naquela época, as condições de vida eram insalubres, ocasionando doenças e gerando insegurança para a permanência no local. Esse fato contribuiu para que houvesse a transferência da sede do município, após uma enchente catastrófica que aconteceu em 1869. Então, o pároco do lugar, Padre Manoel Nogueira Cravo, liderou um movimento no sentido de transferir a povoação para uma área mais elevada, tendo sido escolhida uma denominada Boquinha da Mata.
Essa mudança contou com a adesão dos grandes proprietários de terras da região, como o coronel José Batista, o major Venâncio da Fonseca, Manoel Antônio da Fraga e Antônio Araújo, sendo que este último doou as terras à Senhora Santana para a edificação do novo núcleo urbano.
Diferente da primeira povoação, nessa nova área as condições de drenagem eram mais propícias, havendo água abundante e de boa qualidade, com clima mais ameno e saudável e nas proximidades de uma mata exuberante.
Na área, onde já havia uma capela e algumas casas, foi definida uma praça na qual se ergueu a Igreja e em torno dela surgiram outras casas. A participação do governo provincial na mudança foi decisiva, sendo que em 21 de março de 1870, através da Resolução 836 foi feita a transferência da sede municipal para a então Boquinha da Mata. A partir dessa nova denominação, a população passou a chamá-la de Boquinha, originando a corruptela BOQUIM que designa a cidade e o município correspondente, atualmente.
A nova localização trouxe impulso ao crescimento da Vila, que, em 30 de abril de 1881, foi elevada à condição de termo de Comarca, através da Resolução Provincial 1.180. No entanto, em decorrência de dificuldades financeiras, só foi instalada em 18 de dezembro de 1884.
Com a Proclamação da República, ocorreram mudanças na organização administrativa do país, tendo sido dissolvidas as Câmaras Municipais e constituídos os Conselhos de Intendências. Em 9 de janeiro de 1890 foram nomeados para o Conselho de Intendência de Boquim: o Dr. Benjamim Fernandes Fonseca, que assumiu a presidência, o capitão Felix Franklin de Menezes e o Major Evaristo de Carvalho, como membros. A partir daí uma nova fase se inicia na vida do município.
O século XX traz para Boquim uma nova condição de acessibilidade. Corria o ano de 1913, quando a construção da ferrovia da Viação Férrea Federal, ligando Sergipe à Bahia, incluiu o município no seu trajeto. Na cidade foi instalada uma Estação, trazendo reflexos positivos para a economia e para a sociedade local. As atividades comerciais foram as mais afetadas positivamente, pois a ferrovia criou uma nova possibilidade de contatos com outros locais do Estado de Sergipe e da Bahia. Assim, a movimentação da população tornou-se bem maior em função da presença dos trens de passageiros e a cidade ganha nova dinâmica.
Em 1938, através do Decreto 69, de 28 de março a Vila de Boquim foi elevada à categoria de Cidade. Posteriormente, em 1944, o município deixou de pertencer à Comarca de Lagarto sendo transferido para Itabaianinha. Anos depois, em 1957, transfere-se para a Comarca de Estância. A partir de outras reestruturações administrativas do Poder Judiciário, Boquim passa a ser sede de Comarca, desligando-se da Comarca de Estância.
A segunda metade do século XX vai se caracterizar como uma fase muito importante tanto para a cidade quanto para o município, em função da citricultura. Esta atividade, centrada na laranja, passa a ser a base da economia não só do município mas, sobretudo da região Centro-sul do Estado.
O município chegou a contar com 63 grandes fábricas industriais, e o comércio foi um dos mais importantes do Estado. As lojas comerciais, que contabilizavam em torno de cinqüenta, faziam transações comerciais entre grandes capitais brasileiras como São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Aracaju.
O município chegou a contar com 63 grandes fábricas industriais, e o comércio foi um dos mais importantes do Estado. As lojas comerciais, que contabilizavam em torno de cinqüenta, faziam transações comerciais entre grandes capitais brasileiras como São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Aracaju.
A iluminação pública era fornecida por uma usina local, que atendia mais de 280 casas. O município chegou a ter o maior cinema da região, que passava filmes de 35 mm e tinha capacidade para 300 lugares. Quanto à educação, o destaque é o Grupo Escolar Severiano Cardoso, berço da formação intelectual de Boquim.
Em meados de 1938, a nova vila de Boquim, se transforma em cidade, ocupando principalmente o núcleo urbano, onde hoje está localizado o bairro Centro. Em 1947 é fundado o Colégio Santa Teresinha pelo padre José.
Com a construção das rodovias, em meados da década de 70 a 80, a cidade passa por uma fase de grande desenvolvimento urbano, com a intensificação do parcelamento da terra, que passam a ser ocupados por chácaras e sítios.
Na década de 1990, inúmeros problemas afetaram os pomares, tais como doenças e pragas, envelhecimento, concorrência de outras áreas, fragilidade das políticas públicas, que contribuíram para uma crise que se generalizou, afetando a economia municipal e também a regional. Esta crise produziu reflexos sobre a economia urbana, resultando no arrefecimento dos níveis de crescimento econômico e populacional.
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