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domingo, 20 de maio de 2012

A influência e a atuação dos partidos políticos no movimento estudantil brasileiro e

Jordana de Souza Santos
*
Resumo
Dissidências Estudantis Comunistas no Movimento Estudantil (ME) no contexto da ditadura
militar procurando identificar qual a repercussão dos ideais destas organizações nas ações dos
estudantes. Estabelecemos um paralelo entre o problema da partidarização do ME nos anos
1960 e 1970 com a atualidade do ME apontando também as semelhanças quanto à atuação e
formação do ME latino-americano.
: O objetivo deste artigo é a análise das influências da Ação Popular (AP) e das
Palavras-chave
: Movimento estudantil; ditadura militar; UNE.
Abstract
and of the Dissidências Estudantis Comunistas of opinion in the Student Movement (ME) in the
context of the military dictatorship when to identify which the repercussion of the ideals of
these organizations in the actions of the students. We establish a parallel between the problem of
the partidarização of ME in the years 60 and 70 with the present of ME pointing also to the
similarities as for the acting and formation of Latin-American ME.
: The objective of this article is the analysis of the influences of the Ação Popular (AP)
Key words
: Student movement; Military Dictatorship; UNE.
As divergências entre a AP e as dissidências e o papel do ME
Este artigo pretende analisar a influência de dois grupos políticos que tiveram
participação considerável nas ações do Movimento Estudantil (ME) da década de 1960.
Estes grupos são a Ação Popular (AP) e as Dissidências Estudantis Comunistas (DI-SP
e DI-GB, representantes do estado de São Paulo e da Guanabara, respectivamente). O
período a que nos referimos se inicia em 1964, ano do golpe militar, e termina em 1974
quando a maioria das organizações foi extinta ou caiu na clandestinidade.
Para entendermos de que maneira se deu essa influência partidária no ME e em
suas entidades representativas foi necessário uma pesquisa documental no Centro de
Documentação da Unesp (CEDEM), no Arquivo Ana Lagoa (Ufscar) e no Arquivo
Edgar Leurenroth (AEL–Unicamp). A coleta de dados nestes arquivos foi de
documentos dos partidos e organizações políticas da época e algumas resoluções,
panfletos e jornais da UNE, do DCE-USP etc. Através da leitura dos documentos do
ME, por exemplo, foi possível identificar as posições e idéias referentes a cada
organização comprovando assim, que os estudantes se norteavam pelos ideais políticos
das organizações predominantes no ME.
*
Mestranda em Ciências Sociais pela Unesp/Marília. End. eletrônico: jordana@marilia.unesp.br
A escolha da AP e das dissidências pautou-se na representatividade que
assumiam frente ao ME. A AP, desde a sua fundação, foi predominante na UNE
conquistando a presidência desta entidade por várias vezes consecutivas. As
Dissidências começaram a exercer maior influência no ME em torno de 1967.
As disputas pela liderança da UNE entre a AP e as dissidências foi marcante
nesse período. A principal divergência entre as duas organizações era com relação à luta
específica e a luta geral contra a ditadura militar. Esta questão é fundamental para este
trabalho, pois reflete exatamente o conflito entre os ideais partidários e o
encaminhamento das ações estudantis.
A AP teve uma trajetória que foi do cristianismo ao marxismo, do foquismo ao
maoísmo. Fundada em 1962 por um grupo dissidente da Juventude Universitária
Católica (JUC), a AP assumiu uma postura mais radical que a sua precursora. A JUC foi
fundada em 1935 e seguia a linha de evangelização da sociedade e da juventude,
pregando também o não envolvimento nas lutas sociais. Muitos dos seus militantes
discordavam dessa linha de pensamento, pois não havia como atuar no ME sem se
engajar na luta política. Cada vez mais a organização foi perdendo força dentro da UNE.
A AP representava uma nova organização de base cristã, porém mais aberta à militância
e a ideais revolucionários. O Partido Comunista Brasileiro (PCB) era muito forte no ME
e suas análises sobre a situação da classe operária, a necessidade da revolução
comunista etc, eram acolhidas pelos estudantes e a AP também propunha análises
procurando contribuir para o processo revolucionário demarcando o papel dos
estudantes.
A principal influência teórica da AP no início da sua formação foi o pensamento
do intelectual francês Jacques Maritain. Este pensador causou uma reviravolta na
doutrina católica ao afirmar que o cristianismo e a luta política eram indissociáveis para
a construção da igualdade entre os homens. Emanuel Mounier também influenciou
teoricamente a AP ao tratar de temas referentes à classe operária e aos camponeses.
A AP acreditava que a revolução não seria imediata e pregava assim, um
esquema de preparação da revolução através da organização e conscientização da classe
trabalhadora. Após o golpe militar, a AP assumiu-se como uma organização marxista e
concentrou suas ações e propostas na luta de todo povo contra a ditadura militar. O ME
tinha um papel importante na condução da luta contra a ditadura. Conforme Martins
Filho (1987, p. 60), “na visão da AP, o movimento estudantil deveria se engajar
diretamente nas lutas de todo o povo, das quais a reforma universitária seria mais uma
conseqüência do que um fator de impulso”. Enquanto a UNE teve a ideologia da AP
como predominante participou ativamente das reivindicações populares e elaborou
diversas teses sobre a influência do imperialismo norte-americano no Brasil.
A AP considerava o ME um movimento forte politicamente e de grande alcance
popular. A própria AP não tinha muitos militantes entre os operários e camponeses, pois
caracterizava-se como uma organização de origem pequeno-burguesa. Para alcançar as
camadas populares a AP baseava-se na premissa maoísta da “integração no processo de
produção” em que seus militantes eram mandados à fábrica, ao campo para trabalharem
junto aos operários e camponeses e assim, se despir desse caráter pequeno-burguês além
de conscientizarem os trabalhadores da emergência da revolução.
Em contrapartida ao emaranhado teórico em que nasceu a AP, as Dissidências
Estudantis Comunistas se formaram depois das inúmeras cisões que atingiram o PCB.
Tais cisões ocorreram devido à postura do PCB com relação ao golpe militar no qual o
partido encontrava-se desorientado, sem explicação sobre o porquê do golpe ter se
concretizado. Havia também críticas a linha política seguida pelo Partidão que era a
mesma do Partido Comunista Soviético que pregava a coexistência pacífica e o
etapismo da revolução.
As Dissidências voltaram sua luta para as questões da educação que sofria
graves problemas como a diminuição de verbas para o ensino superior e a crise dos
excedentes, entre outros. Para as Dissidências, na discussão sobre a política educacional
do governo estava presente a discussão sobre a ditadura militar e o capitalismo
brasileiro porque um era resultado do outro. Tanto a DI-SP quanto a DI-GB acusavam a
AP de aparelhar as entidades estudantis, principalmente a UNE afastando assim os
estudantes do ME. Para os ex-líderes estudantis José Dirceu e Vladimir Palmeira, a AP
deixava as lutas estudantis em segundo plano e qualquer manifestação dos estudantes
era pretexto para um discurso contra a Guerra do Vietnã e contra a ditadura (REIS
FILHO, 1988).
No ano de 1968 as divergências entre os dois grupos se agravaram com o XXX
Congresso da UNE. As chapas para a presidência da UNE eram encabeçadas pela AP e
pelas Dissidências. Segundo José Dirceu, este congresso foi organizado pela União
Estadual dos Estudantes (UEE-SP) sem o apoio da AP que discordava quanto ao local
(Ibiúna). (DIRCEU; PALMEIRA, 1998). Este evento terminou com a prisão de cerca de
800 pessoas e deu início ao processo de desarticulação e enfraquecimento do ME.
Foi em 1968 também que ocorreram as principais manifestações estudantis no
Brasil como a “Passeata dos cem mil” e a “Batalha da Rua Maria Antonia”. Neste
último acontecimento os estudantes da Faculdade de Filosofia da USP entraram em
confronto com os alunos do Mackenzie. Os estudantes da USP foram amparados pela
Aliança Libertadora Nacional (ALN) e os do Mackenzie pelo Comando de Caça aos
Comunistas (CCC). Foi neste episódio que os estudantes entraram em contato com os
ideais de luta armada.
Com o fracasso do Congresso de Ibiúna, muitos estudantes passaram a integrar
os quadros das organizações que seguiam o caminho da luta armada. A ALN agregou os
militantes da DI-SP e a DI-GB tornou-se Movimento Revolucionário 8 de outubro
(MR-8). A AP continuou seu percurso concentrada na preparação da guerrilha e aliou-se
ao Partido Comunista do Brasil (PC do B) aderindo ao maoísmo.
No início dos anos 1970 o ME já havia perdido sua força enquanto movimento
de contestação. O último presidente eleito para UNE foi Honestino Guimarães,
perseguido e assassinado pela ditadura. Se anteriormente o clima dentro da UNE entre
as organizações políticas predominantes era de disputa, no início da década de 1970 este
traço já não era mais tão marcante. Como exposto acima, os estudantes que já militavam
na AP e nas Dissidências continuaram em organizações armadas, preparando-se para a
guerrilha. Somente em 1974 é que estes grupos políticos retornaram ao ME e
conseguiram reorganizá-lo e trazê-lo de volta à ativa.
De certa forma, isto demonstra que embora houvesse o aparelhamento das
entidades estudantis pelos partidos, o ME manteve sua organização, suas reivindicações
porque existia uma liderança maior que o impulsionava. No entanto, autores como João
Roberto Martins Filho e Maria Cristina Hayashi, entre outros, afirmam que a disputa
entre os partidos pela liderança do ME ajudou a enfraquecê-lo.
A partidarização do ME atual e algumas semelhanças entre o ME latinoamericano
Através das considerações acima é possível estabelecer uma relação entre o
Movimento Estudantil dos anos 1960 e 1970 com a atualidade. No ano passado, 2007, a
USP passou por uma ocupação que em todos os jornais e noticiários de televisão
apareceu como um episódio relembrando os conflitos da Rua Maria Antonia de 1968.
Quando ocorre greve de alunos das três maiores universidades paulistas (USP, Unesp e
Unicamp) a principal discussão é que o ME é alvo dos partidos políticos e que age de
acordo com ideais partidários. Esta discussão ganha respaldo porque a UNE é
fortemente partidarizada.
Neste artigo o debate sobre a influência partidária no ME brasileiro nos anos
1960 e 1970 tem o objetivo de revelar a atualidade desta proposta de trabalho. Quanto
às semelhanças entre os movimentos estudantis latino-americanos percebemos que a
Revolução Cubana ocorrida em 1959 era a grande inspiração. Países como Bolívia,
Argentina, Chile, México, Colômbia, Paraguai, Peru e Uruguai vivenciaram um
governo repressivo na década de 1960
nesses países foram perseguidos. Diferentemente do Brasil os protestos de 1968 não
foram tão expressivos no ME da América Latina. A luta guerrilheira e a realização da
revolução eram os principais ideais dos movimentos sociais latino-americanos,
inclusive do ME. Entretanto, podemos abordar as semelhanças do ME latino-americano
sobre outro ponto de vista. O ME na América Latina tem suas orientações demarcadas
pela sua origem social e pelo papel que os estudantes desempenham na sociedade
(ALBUQUERQUE, 1977). Porém, uma problemática apontada pelo autor é quanto à
autonomia do ME que talvez possa ser relacionada a partidarização. Uma questão
importante sobre o ME na América Latina é sobre a posição que ele assume diante da
sociedade. Por ser de origem pequeno-burguesa, o ME está preso às reivindicações da
sua classe que tem ligações tanto com a classe dirigente quanto com a classe baixa.
(FORACCHI, 1965). O ME não possui um modelo de ator social e assume orientações
em função das reivindicações em nome de outros atores sociais como a classe operária,
por exemplo.
Segundo Albuquerque (1977, p. 78), os aspectos do ME latino-americano são
determinados pelo tipo de desenvolvimento comum a todas as sociedades e pelo tipo de
equilíbrio de forças econômicas e políticas atravessado por cada sociedade em
particular. Os países latino-americanos tiveram um desenvolvimento semelhante que se
iniciou com o processo de colonização. Há de se ressaltar ainda e principalmente a
questão da participação dos estudantes nas organizações que atuam no ME.
Albuquerque (1997, p. 88) afirma que “a participação dos estudantes é tanto mais
intensa quanto a organização estudantil a que estão afiliados é mais politizada”. Isto está
diretamente ligado a atuação dos partidos e organizações políticas no ME e contraria a
tese de alguns autores de que o esvaziamento do ME é conseqüência da sua forte
1 e, conseqüentemente, os movimentos sociais
1
No Chile, a ditadura militar iniciou em 1973.
partidarização. Foracchi (1965, p. 235) argumenta neste sentido afirmando que a
vanguarda estudantil não consegue arregimentar a massa estudantil sem um lastro
partidário.
Nos anos 1960 o ME brasileiro era alvo das disputas partidárias, mas foi na
década seguinte que isso se tornou latente. O ME sempre se constituiu como um
movimento muito forte politicamente, por isso organizações como a AP, PCB entre
outros, disputavam espaço na UNE. Nos anos 1970, essas organizações concentraram
suas ações na guerrilha urbana e rural e o movimento ficou isolado neste cenário. Por
volta de 1974 o ME passou a ser outra vez alvo desses agrupamentos políticos e
recuperou sua força. Porém, a partidarização, o aparelhamento nesta época era muito
maior do que anteriormente. A década de 1970 para o ME apresentou diversas variações
à medida que houve momentos de muita organização e outros de declínio. Em fins de
1979, mesmo com a refundação da UNE e da UEE-SP, os estudantes já se encontravam
desmobilizados e há várias hipóteses para tal. Entre os fatores como a partidarização e
as disputas entre os partidos, havia ainda a emergência do movimento operário com
greves e manifestações que culminariam depois na fundação do Partido dos
Trabalhadores (PT).
A conclusão a que chegamos sobre esta época é que os estudantes que militavam
no ME almejavam se vincular a movimentos maiores ou até mesmo seguir um caminho
que lhes proporcionassem um lugar de destaque na política. Utilizando uma
interpretação gramsciana o ME seria um centro preparador de intelectuais orgânicos à
medida que seus militantes tendem a ocupar postos de intelectuais em partidos,
sindicatos etc.
O líder estudantil venezuelano Yon Goicoechea em entrevista à revista Veja
2
declarou que o grande problema da UNE é ser financiada pelo governo e pelo partido
majoritário. Argumentou que na Venezuela o ME é custeado através de doações dos
próprios estudantes criando assim autonomia perante o governo. Ex-militantes
brasileiros e que hoje ocupam cargos no governo como a deputada federal Manuela
Dávila (PC do B-RS), afirmam que além da partidarização o ME apresenta
reivindicações que se enquadram ao seu tempo como, por exemplo, o mercado de
trabalho e que para alcançar os estudantes é preciso muito mais que ideologias
partidárias. O historiador Marco Antonio Villa, em entrevista para Folha Online
3 sobre
2
Maio/2008.
3
30/04/2008.
as manifestações ocorridas na UNB pela renúncia do então reitor Timothy Mullholand,
afirmou que o ME “voltou à ativa” porque os universitários encontram-se afastados da
UNE. A entidade que encabeçou o movimento de Brasília foi o Diretório Central de
Estudantes. Na mesma reportagem o coordenador do DCE da UNB Fábio Felix
declarou que a UNE não apoiou a ocupação da reitoria da universidade porque a saída
do reitor atingiria indiretamente o governo federal, sendo que o PC do B – partido que
“lidera” a UNE – é um dos partidos da base aliada do governo.
Estas discussões acerca dos vínculos partidários do ME vieram à tona
novamente devido à comemoração dos 40 anos do movimento de 1968. A hipótese
defendida neste artigo critica a proposta de que a organização e articulação do ME só
acontece quando está “livre” da atuação de partidos. A questão da UNE ser aliada ao
governo refletindo assim seu descomprometimento com lutas que são discordantes da
política governista, é importante para a discussão sobre os rumos do ME. Entretanto,
afirmar que a mobilização hoje – e na década de 1970 – é menor devido à
supervalorização da militância política em detrimento da militância estudantil é perder
de vista o real sentido de um movimento social. Necessariamente a militância estudantil
leva à militância política se este estudante possui a intenção de continuar na militância.
Portanto, a desmobilização do ME é conseqüência em primeiro lugar das reivindicações
levantadas e das lutas travadas. Por uma série de fatores histórico-sociais as
preocupações do estudantado hoje são diversas e nem sempre refletem as reivindicações
das entidades estudantis. Há, então, a necessidade de adequação a estas reivindicações
para que se possa aumentar a participação dos estudantes no ME? Ou essas
reivindicações, por se constituírem como parte de uma realidade pós-tradicional,
assumem uma postura volúvel? Até que ponto um movimento social consegue pautar-se
e estabelecer-se baseado em reivindicações imediatistas?
Estes são os principais questionamentos que embasam este artigo. Estes
problemas foram selecionados para a construção do debate porque se caracterizam
como um dos temas mais discutidos entre os pesquisadores que estudam o ME além de
auxiliarem na compreensão do papel do ME e dos movimentos sociais.
Referências:

ALBUQUERQUE, José Augusto Guilhon.
na América Latina
ARANTES, Aldo; LIMA, Haroldo.
Paulo: Alfa-Ômega, 1984.
BRESSER PEREIRA, Luís Carlos.
Igreja e a revolução estudantil. 2ª ed. Petrópolis: Vozes, 1979.
DIRCEU, José; PALMEIRA, Vladimir.
por seus líderes. 2ª ed. Rio de Janeiro: Espaço e Tempo, 1998.
FORACCHI, Marialice.
Paulo: Editora Nacional, 1965.
MARTINS FILHO, João Roberto.
1968. Campinas, SP: Papirus, 1987.
REIS FILHO, Daniel Aarão.
Tempo, 1988.
SANFELICE, José Luís.
São Paulo: Cortez, 1986.
SANTOS, Jordana de Souza.
heterogeneidade das esquerdas dentro da UNE (1964-1974). Trabalho de Conclusão
de Curso (Graduação) em Ciências Sociais. Marília, Unesp, 2006.
VALLE, Maria Ribeiro do.
Ditadura Militar no Brasil. Campinas: Editora da Unicamp,Movimento estudantil e consciência social. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1977.História da Ação Popular da JUC ao PC do B. SãoAs Revoluções utópicas: a revolução política naAbaixo a ditadura: o movimento de 68 contadoO estudante e a transformação da sociedade brasileira. SãoMovimento Estudantil e Ditadura Militar: 1964-68: a paixão de uma utopia. Rio de Janeiro: Espaço eMovimento Estudantil: a UNE e a resistência ao golpe de 64.Unidade e Diversidade no Movimento Estudantil: a1968: O diálogo é a violência; Movimento Estudantil e

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